A sessão inaugural, que decorre esta sexta-feira à noite, começa com um espetáculo de videomapping na fachada do emblemático edifício, seguindo-se o descerrar da placa inaugural, a intervenção do presidente da Câmara Municipal de Valongo e o lançamento do livro «Valongo. Uma história do Pão», da autoria da investigadora Olga Cavaleiro.
Símbolo da relevância que assumem o pão, a regueifa e o biscoito na definição da identidade do município e da importância da arte da panificação que no passado catapultou o nome de Valongo para o mundo, a Oficina da Regueifa e do Biscoito de Valongo vai ser oficialmente inaugurada na próxima sexta-feira, dia 27, às 21h00, num ato de genuíno reconhecimento para com todos os padeiros e biscoiteiros que construíram a história desta terra.
“Este espaço moderno de cultura viva, além do estímulo à regeneração urbana, projeta a força de um invulgar património ligado à panificação, desde o roteiro do grão ao pão que liga moinhos de água e de vento, antigas e atuais padarias e biscoitarias na zona histórica, até à marcante Feira da Regueifa e do Biscoito. Tudo se conjuga nesta oficina de promoção da Regueifa e do Biscoito, durante todo o ano, para todo o mundo. A panificação em Valongo é uma tradição muito antiga, que surgiu há pelo menos 500 anos, tendo sido os principais fornecedores de pão ao Porto durante séculos, mas que estava esquecida e por isso invisível, pelo que este investimento estratégico visa despertar toda uma comunidade e suas gentes criativas e talentosas para contarem uma história única, invulgar e inesquecível a quem nos visita”, salienta José Manuel Ribeiro.
Ainda de acordo com o autarca, “a Oficina da Regueifa e do Biscoito é um espaço vocacionado para o futuro, com memórias e sensações, que nasceu da profunda paixão pela história e cultura deste fantástico e invulgar município, que nos confere a força do nosso carácter coletivo e nos caracteriza e distingue no espaço metropolitano onde vivemos e existimos, quer ao nível das tradições materiais e imateriais, quer ao nível do património natural e humano”.
O equipamento cultural abriu ao público pela primeira vez no dia 6 de janeiro de 2021, para dar a conhecer uma das logomarcas mais características de Valongo e contar a história secular da indústria da panificação na região. Apesar das visitas terem sido limitadas e condicionadas pelo período pandémico, conta já com mais de 50 mil visitantes.
Além das visitas guiadas e livres, a Oficina da Regueifa e do Biscoito de Valongo promove um vasto conjunto de atividades para dinamizar o equipamento e envolver a comunidade, que incluem recriações históricas, showcooking’s com chefs convidados, workshops temáticos e para famílias, tertúlias, atividades de degustação, teatros, sessões de cinema e exposições temporárias. De salientar também as atividades fora de portas, designadamente as rotas exteriores – Rota do Grão ao Pão e a Rota das Padeiras, os Peddy paper’s e Caça à Regueifa, bem como a coorganização da Feira da Regueifa e Mercado Oitocentista.
A Oficina da Regueifa e do Biscoito de Valongo é também “uma prova de resiliência da comunidade que não ficou paralisada pela pandemia e deu vida ao equipamento cultural”. Por isso, José Manuel Ribeiro agradece a todos os que acreditaram neste projeto e participaram, direta ou indiretamente, na sua concretização. “Obrigado aos padeiros e biscoiteiros do município de Valongo de todas as épocas, esta é a homenagem que melhor podemos fazer a esta gente tão extraordinária, que sempre acreditou num futuro com esperança, a maior força de desenvolvimento da humanidade”, conclui o autarca.
Localizada no Largo do Centenário, trata-se de um moderno espaço cultural com 510 m² de área expositiva, onde o visitante pode contar com uma área audiovisual 3D, integrada na exposição “Do Grão ao Pão”; e uma outra área mais interativa, com jogos, dedicada ao fabrico do biscoito de Valongo. No Espaço Mãos Na Massa, miúdos e graúdos podem experienciar o processo de fabrico do biscoito. Este equipamento cultural resulta da reabilitação do edifício, até então devoluto, do Quartel dos Bombeiros Voluntários de Valongo e do Teatro Oliveira Zina, cuja construção remonta a 1907.
A obra, que contou com o financiamento do programa comunitário Norte 2020, implicou um investimento global de 3.072.224 milhões de euros, incluindo a aquisição do edifício.
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