“E se fosse comigo?” Gondomar implementa projeto social de sensibilização para as dificuldades

Ter os olhos vendados ou os ouvidos tapados, usar uma cadeira de rodas ou um andarilho para se deslocar. Estes são alguns exemplos dos desafios que os alunos das escolas de Gondomar experimentam através do projeto “E se fosse comigo?” que pretende ensinar as crianças a compreender e aceitar a diferença.

Esta iniciativa, dinamizada pela Câmara Municipal em parceria com a Associação do Porto de Paralisia Cerebral, teve início com um projeto-piloto nas férias de verão do ano passado e está agora em marcha em todas as escolas do concelho, avança o Jornal de Notícias. Neste momento estão inscritos cerca de 700 alunos, de 30 turmas do 1º ciclo, número que o município pretende alargar ao abranger todos os graus de ensino.

Como é que o projeto funciona? Orientadas por técnicos da Câmara com formação em diversas áreas, as crianças simulam, através de um jogo pedagógico, situações do dia a dia de outras crianças com necessidades especiais. O objetivo é que possam experienciar barreiras ligadas à comunicação, mobilidade, visão e audição e gestos que se tornam menos fáceis quando a mobilidade fina é afetada.

“O grande objetivo é sensibilizar as nossas crianças e fazê-las vivenciar experiências relacionadas com algum handicap, alguma necessidade especial e, dessa forma, fazê-las compreender as dificuldades e encontrarem a melhor forma de poderem ajudar” disse o vice-presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Luís Filipe Araújo, ao JN.

Esta iniciativa serve também outro propósito: “capacitar os professores ou os auxiliares e dotá-los de estratégias para trabalhar a inclusão e a diversidade”, explicou o vice-presidente da Associação do Porto de Paralisia Cerebral, Fábio Guedes, ao mesmo orgão de comunicação.

Note-se que no município de Gondomar estão identificados 1124 casos de crianças que necessitam de medidas seletivas e adicionais, das quais 34 tem um elevado nível de incapacidade.