Oficina da Regueifa e do Biscoito já abriu

A Oficina da Regueifa e do Biscoito de Valongo (ORBV) abriu ao público no Dia de Reis, para dar a conhecer uma das logomarcas mais características de Valongo e contar a história secular da indústria da panificação na região.

Apesar do previsto confinamento poder eventualmente alterar toda a forma de funcionar, foram anunciadas as primeiras formas de visita.

Assim e com o objetivo de garantir a segurança de todos, apenas é permitida a presença de cinco visitantes em simultâneo. Por essa razão, todas as visitas são guiadas por um colaborador, sendo obrigatório o seu agendamento prévio.
As marcações devem ser feitas através do 222 400 014 ou visitas.orbv@cm-valongo.pt. Nesta fase inicial, e tendo em conta a atual situação pandémica, a visita ao espaço vai ser gratuita. Note-se uma vez mais que deverão existir alterações, tendo em conta o confinamento geral previsto a partir desta quinta-feira.


Terminado este período, a taxa de visitação é de 4€ para adultos, de 3€ para jovens (13-17 anos) e de 2€ para crianças (6-12 anos). Há ainda packs para grupos a 3€ por pessoa ou para famílias a 7€ no total.

Localizado no Largo do Centenário, trata-se de um moderno espaço cultural com 510 m² de área expositiva, onde o visitante pode contar com uma área audiovisual 3D, integrada na exposição “Do Grão ao Pão”; e uma outra área mais interativa, com jogos, dedicada ao fabrico do biscoito de Valongo. No Espaço Mãos Na Massa, miúdos e graúdos poderão experienciar o processo de fabrico do biscoito. Além da oferta proporcionada pelas visitas ao espaço, a ORBV conta com uma agenda de atividades que pretendem envolver a população local e turística através de caminhadas pela Rota “Do Grão Ao Pão”, conferências, show cookings, workshops, entre outras atividades atualmente condicionadas pela situação pandémica, mas que serão concretizadas logo que a situação epidemiológica o permitir.

Este equipamento cultural resulta da reabilitação do edifício, até então devoluto, do Quartel dos Bombeiros Voluntários de Valongo e do Teatro Oliveira Zina, cuja construção remonta pelo menos, a 1907. A obra, que contou com o financiamento do programa comunitário Norte 2020, implicou um investimento global de 3.072.224 milhões de euros, incluindo a aquisição do edifício.

“Este espaço moderno de cultura viva, além do estímulo à regeneração urbana, irá projetar a força de um invulgar património ligado à panificação, desde o roteiro do grão ao pão que liga moinhos de água e de vento, antigas e atuais padarias e biscoitarias na zona histórica, até à marcante Feira da Regueifa e do Biscoito. Tudo se conjugará nesta oficina de promoção da Regueifa e do Biscoito, durante todo o ano, para todo o mundo”, salienta José Manuel Ribeiro, Presidente da Câmara Municipal de Valongo, referindo que “a panificação em Valongo é uma tradição muito antiga, que surgiu há pelo menos 500 anos, tendo sido os principais fornecedores de pão ao Porto durante séculos, mas que estava esquecida e por isso invisível, pelo que este investimento estratégico visa despertar toda uma comunidade e suas gentes criativas e talentosas para contarem uma história única, invulgar e inesquecível a quem nos visita”.

A abertura da ORBV teve de ser adiada por diversas vezes devido à pandemia Covid-19. A inauguração oficial será agendada oportunamente. Contudo, frisa o autarca, “não podemos ficar paralisados pela pandemia, esta abertura mesmo com os necessários condicionamentos é mais uma prova da resiliência da nossa comunidade”.

José Manuel Ribeiro agradece a todos os que acreditaram neste projeto e participaram, direta ou indiretamente, na sua concretização. “Obrigado aos padeiros e biscoiteiros do município de Valongo de todas as épocas, esta é a homenagem que melhor podemos fazer a esta gente tão extraordinária, que sempre acreditou num futuro com esperança, a maior força de desenvolvimento da humanidade. A Oficina da Regueifa e do Biscoito é um espaço vocacionado para o futuro, com memórias e sensações, que nasceu da profunda paixão pela história e cultura deste fantástico e invulgar município, que nos confere a força do nosso carácter coletivo e nos caracteriza e distingue no espaço metropolitano onde vivemos e existimos, quer ao nível das tradições materiais e imateriais, quer ao nível do património natural e humano”, conclui.

Não deixar morrer a memória em torno do fabrico do pão e do biscoito que caracteriza o concelho é um dos objetivos deste projeto, assim como homenagear os valonguenses que através desta atividade profissional puseram o nome de Valongo no mapa. Mas há muitas razões para visitar a Oficina da Regueifa e do Biscoito, designadamente:

• A ORBV alia a vertente teórica característica de um espaço museológico ao dinamismo proporcionado pelas novas tecnologias e pela vertente prática dos workshops;
• É um espaço que não só resulta da interação com a comunidade local a vários níveis como tenciona prolongar esta relação no tempo – as doações de espólio para a exposição e os testemunhos na primeira pessoa (inclusive através de um holograma) são exemplos dessa envolvência.
• Através de workshops e outras atividades como ateliers e ações de formação, a ORBV pretende passar às gerações mais jovens os saberes do fabrico do pão, da regueifa e do biscoito tradicionais.

Além das primeiras visitas, o dia da abertura ficou marcado pela realização do debate «Regueifa e Biscoito de Valongo – Um Passado Sempre Presente», no âmbito do ciclo de debates Logomarcas de Valongo – Salvaguarda da identidade de Valongo.

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