A população de São Pedro da Cova, em Gondomar, está hoje “mais perto de uma vitória histórica” graças aos 10 milhões de euros atribuídos pelo Governo para remover os resíduos perigosos das minas, defendeu a junta de freguesia.
“Face à divulgação, hoje, pelo Ministério do Ambiente de uma verba de 10 milhões de euros para proceder à remoção total dos resíduos perigosos de São Pedro da Cova, a junta de freguesia considera que estamos perante um passo decisivo para a resolução deste grave problema”, assinalou em comunicado aquela autarquia.
O Ministério do Ambiente anunciou hoje que vai disponibilizar 10 milhões de euros para descontaminar os solos em São Pedro da Cova, Gondomar, e remover as mais de 100 mil toneladas de resíduos perigosos, depositados nas minas locais.
Em comunicado hoje enviado, o Ministério do Ambiente explica ter conseguido a verba “através do Fundo Ambiental, garantindo assim a continuidade dos trabalhos” para a remoção dos resíduos perigosos.
“Apesar desta autarquia ainda desconhecer a quantidade exata de resíduos perigosos existentes no local, cuja divulgação dos resultados estava prevista até o final do presente mês de março, a junta de freguesia considera que a recente divulgação do ministério esclarece dúvidas quanto ao financiamento da operação de remoção integral dos resíduos perigosos”, acrescentou a autarquia.
Para a junta, “a população de São Pedro da Cova está assim mais perto de uma vitória histórica, sem paralelo no nosso país, de remoção de milhares e milhares de toneladas de resíduos tóxicos provenientes da siderurgia nacional”.
“A junta de freguesia reafirma que tudo continuará a fazer pela total remoção dos resíduos, a requalificação da área afetada e a compensação da freguesia e da população por este grave crime ambiental”, indica, garantindo que “não perderá nenhuma batalha por falta de comparência”.
O caso remonta a 2001/2002, quando toneladas de resíduos industriais perigosos provenientes da Siderurgia Nacional, que laborou entre 1976 e 1996, foram depositadas nas antigas minas de São Pedro da Cova.
Ao longo dos anos foi avançado que existiriam 88.000 toneladas de resíduos, mas o caderno de encargos do concurso público feito com vista à primeira remoção, que decorreu entre outubro de 2014 e maio de 2015, aludia a 105.600 toneladas.
“À data, o Governo já procedeu à extração de 105 mil toneladas de resíduos”, indicou hoje o Ministério do Ambiente no comunicado.
A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) confirmou a existência de mais resíduos, pelo que se teria de avançar com uma “segunda fase de remoção”.
No final de 2016, a CCDR-N anunciou que o apuramento exato deveria estar concluído até final do primeiro trimestre deste ano.
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