Miguel de Oliveira é presidente da Junta de Freguesia de Ermesinde há um ano

Fez, no passado dia 31 de agosto 2024, um ano que Miguel Oliveira está à frente da Junta da Freguesia de Ermesinde.

O Jornal Novo Regional quis fazer um balanço deste primeiro ano de mandato e ouviu o autarca numa entrevista:

Pergunta (JNR) – Antes do presidente João Morgado, também a número dois (Rute Pinto) tinha renunciado ao cargo e por isso, sendo o seguinte na lista foi a ascensão normal. Como reagiu a essa situação? Embora já fosse tesoureiro do executivo, foi fácil a transição?

Resposta Miguel Oliveira (MO) – Antes de mais obrigado por esta entrevista de balanço deste primeiro ano à frente dos desígnios da Junta da Cidade de Ermesinde. Julgo que já tudo foi dito, há data, relativamente ao normal e natural processo de substituição na presidência da Junta da Freguesia de Ermesinde que ocorreu há um ano a esta parte. A oposição fez o seu trabalho e levantou algumas legítimas questões que rapidamente se desvaneceram. Repare, desde as eleições autárquicas de 2017 que sou autarca em Ermesinde, e nas listas referentes ao mandato de 2017 a 2021 figurava como segundo cidadão, situação que só se alterou em 2021 devido a princípios de paridade e igualdade de género, que naturalmente defendemos.
A Cidade e quem nela vive, quem verdadeiramente importa, ou seja, os ermesindenses não têm dúvidas da minha dedicação à Cidade e à autarquia ermesindense. Conhecem-me e conhecem a minha família. Sabem do meu amor, dedicação e trabalho por Ermesinde e isso sim, isso é o que me e lhes importa. Portanto, sim, foi fácil a transição. Mas dizer que foi fácil não significa que não existam desafios contantes.

JNR – Quais as principais dificuldades que encontrou neste primeiro ano?

MO – Julgo que as dificuldades de sempre, e que estão presentes em qualquer Junta de Freguesia com dimensão semelhante à nossa.
Sejamos claros, os recursos financeiros ao dispor das juntas de freguesia são diminutos em face das reais necessidades decorrentes da pressão populacional.
Ermesinde tem sensivelmente 7 km2 e cerca de 40.000 habitantes, ou seja, uma densidade populacional muito elevada que causa um conjunto de constrangimentos muito diversificados, aos quais estamos atentos e que vamos resolver e mitigar. A limpeza urbana e manutenção dos espaços verdes continuam a ser um grande desafio, mas julgo que o maior de todos seja devolver a esta bela cidade de Ermesinde a sua própria alma, fomentar um sentimento de pertença e identidade em cada um dos 40.000 ermesindenses.

JNR – Sendo Ermesinde a maior freguesia em população do concelho, como tem sido a ação da Junta?

MO – As comunidades não se fazem de terra ou de construções materiais, mas sim de pessoas, por isso é sempre bom recordar que Ermesinde é mesmo a maior freguesia do concelho e estamos bem conscientes disso. Temos procurado, e estou certo de que o conseguimos, ser dínamo na cidade, ser polo agregador de vontades e esperanças.
A Junta de Freguesia mais não é que a expressão da vontade popular. Procuramos diariamente fazer mais e melhor nas mais diversas áreas de intervenção e julgo que temos conseguido. A resposta da comunidade tem sido bastante positiva a esta nova forma de estar da sua Junta de Freguesia e queremos continuar este registo de proximidade e disponibilidade. A Junta de Freguesia pertence a todos os ermesindenses e queremos que todos se envolvam na gestão da cidade, prova maior disso são as reuniões do Conselho da Cidade que com muito orgulho retomamos.
Temos procurado continuar o que fazíamos bem, e naturalmente melhorado o que havia que ser melhorado.
Um novo ímpeto e uma nova energia. O amor de sempre. Julgo que resume bem a nossa ação.

JNR – Nas redes sociais, as pessoas queixam-se da má recolha de lixo, limpeza e da degradação de alguns arruamentos. Onde termina a responsabilidade da Junta e começa a da Câmara?

MO – As redes sociais são apenas uma pequeníssima amostra daquilo que os ermesindenses sentem e pensam, é por isso que privilegio o contacto pessoal, é por isso que não fico pelo gabinete e todos os dias percorro as nossas ruas e as nossas praças, falo com as nossas pessoas, troco ideias e escuto. Escutar a cidade, escutar quem nela vive é muito importante para um autarca.
Mas não vou fugir à pergunta. A divisão de responsabilidades é clara, embora isso não signifique que a Junta de Freguesia não assuma como suas todas as responsabilidades e não as procure resolver.
Vejamos, a recolha dos resíduos sólidos urbanos, o típico saco do lixo, é responsabilidade da Câmara, bem como a recolha e higienização de contentores, ecopontos ou moloks, à Junta cabe a limpeza de ruas e sarjetas. Claro que uma coisa influi diretamente na outra. Se tivermos sacos na rua por dias, ou contentores cheios com lixo por fora, a varredura e higiene das ruas é praticamente impossível de garantir, mas estamos determinados a fazer da nossa Cidade um espaço mais agradável para se viver. Claro que tal só é possível com o apoio e colaboração de todos os ermesindenses.
Relativamente aos arruamentos, estou certo de que nunca no passado como nos últimos 12 meses se procedeu a tantas intervenções nos arruamentos. Embora esta não seja uma competência da Junta, a Câmara tem sido sensível à nossa mensagem e tem feito trabalho como se calhar nunca fez na nossa Cidade e não falo só deste ciclo autárquico. Claro que ainda há muito a fazer e não nos damos por satisfeitos. Disse no passado e repito novamente, que todo o dinheiro investido pelo Município em Ermesinde será sempre pouco em face das reais necessidades e da falta de investimento estratégico que existiu no passado.

JNR – A Junta tem dado grande importância às crianças e idosos?

MO – Todos são importantes e todos contam.
Não conseguimos fazer tudo o que gostaríamos, mas isso é porque queremos ir sempre mais além, e às vezes mesmo para lá daquilo que é normalmente assegurado por uma Junta de Freguesia. Reforçamos a nossa aposta nos Campos de Férias, nas iniciativas promovidas pelo programa ERASMUS, no Passeio Sénior (que este ano terá como destino Fátima e será no dia 13 de setembro). A intergeracionalidade está presente em todas as nossas iniciativas.

JNR – E quanto ao apoio ao associativismo? Ermesinde é dinâmica em relação às atividades das associações, qual o papel da Junta de Freguesia?

MO – O tecido associativo tem grande importância na nossa Cidade e gostaria de endereçar um sentido obrigado a todas e a todos aqueles que voluntariamente se envolvem na dinamização da nossa Cidade através do associativismo. O contributo que dão à Cidade é inestimável.
A Junta de Freguesia procura apoiar todas as iniciativas promovidas na nossa Cidade, sejam elas desportivas, culturais ou recreativas. Temos a obrigação de ajudar quem tanto nos ajuda, quem tanto ajuda a nossa Cidade e os ermesindenses.

JNR – Principais planos para o ano que falta para terminar o mandato?

MO – Continuar a fazer o que temos feito bem e melhorar o que eventualmente tenhamos feito menos bem. Não vou negar que a higiene urbana e os espaços verdes são uma prioridade para o ano que falta. O espaço público, que é casa de todos nós tem de garantir condições de sadia utilização por todos os que aqui habitam bem pelos que nos visitam. Este é o objetivo.
Naturalmente que as comemorações dos 35 anos da elevação de Ermesinde à categoria de cidade são também um marco muito importante no próximo ano. A verdade é que numa cidade como Ermesinde tudo importa e não podemos deixar nada nem ninguém para trás. Estamos focados em ajudar, lado a lado com os ermesindenses, a construir uma Cidade de Ermesinde à altura daquilo que os ermesindenses esperam dela.

JNR – E sobre uma recandidatura, já há decisões?

MO – Julgo que ainda será cedo para falar sobre isso. Há ainda muito a fazer pela Cidade e é nisso que estou totalmente focado. Mas dois anos é manifestamente pouco tempo para implementar todo um conjunto de projetos. Estou naturalmente disponível para continuar a dar o meu contributo à Cidade que me viu nascer.

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