Um canil na Serra da Agrela (o Cantinho das 4 Patas), ficou completamente destruído num incêndio na passada noite. As chamas vinham a lavrar na Serra da Agrela (tinham começado em Sobrado) e acabaram por atingir o complexo.
Segundo várias informações de associações de apoio animal, a GNR não permitiu a entrada das pessoas nas instalações para ajudar a libertar os animais que acabaram por morrer carbonizados. Os guardas justificavam a atitude com o impedimento dos proprietários do espaço.
O partido PAN descreve “cenário dantesco” e a deputada Bebiana Cunha que esteve no local refere que “nenhuma foto que possa colocar ilustrará verdadeiramente o cenário dantesco que por aqui se vive”.
Uma onda de indignação está a surgir nas redes sociais e os comentários na página oficial do município de Santo Tirso contam-se às centenas.
As queixas contra a autarquia são imensas, uma vez que as associações dizem que “a Câmara e o veterinário municipal de Santo Tirso receberam centenas de queixas devido a alegados maus tratos e não fizeram nada. Alguém tem de ser responsabilizado e não será só a senhora dona do espaço”.
Entretanto a Guarda Nacional Republicana esclarece que, na sequência do incêndio que se iniciou ontem, dia 18 de julho, numa zona florestal da Freguesia de Sobrado, Valongo, e que se propagou para a freguesia de Agrela, Santo Tirso, foi consumido parte de um terreno, no qual se encontravam diversas instalações com cães.
Enquanto o incêndio deflagrava, ainda durante a tarde, a ação da GNR foi essencial para permitir que tivessem sido resgatados, com vida, a maior parte dos cães.
Lamentavelmente, a dimensão do fogo e a grande concentração de animais naquele local, impediram que tivesse sido possível resgatar todos os animais com vida, tendo sido recuperados alguns já sem vida.
Os bombeiros combateram o incêndio, conseguindo evitar que o espaço ardesse todo, havendo condições para que os restantes animais permanecessem no local até que se resolvesse a situação, sendo retirados apenas os animais feridos, por indicação do veterinário municipal.
Mais tarde, já durante a fase de rescaldo do incêndio, durante a madrugada, diversos populares pretenderam aceder ao terreno, situação para a qual a Guarda foi alertada pela proprietária do terreno.
Pelo facto de, àquela hora, já não existir urgência, uma vez que a situação estava já a ser tratada pelas entidades competentes e por se tratar de propriedade privada, os militares da Guarda impediram os populares de aceder ao espaço.
Assim, é importante salientar que as consequências trágicas deste fogo não tiveram qualquer correspondência com o facto da Guarda ter impedido o acesso ao local por parte dos populares. A essa hora, já tinham sido salvos os animais que foi possível salvar.
Neste momento, está a ser efetuada uma inspeção ao local pelo veterinário municipal e já entraram elementos de associações que estão a tratar de animais feridos.
A esta hora (16h10) dezenas de pessoas aguardam que lhes seja dada autorização para entrarem.
Para sempre vai ficar a pergunta: quantos animais mais seriam salvos se a entrada tivesse sido permitida mais cedo.
foto: Bombeiros 24