A ampliação da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Ermesinde deverá arrancar no último trimestre de 2026, num investimento global de 17,75 milhões de euros. A informação foi avançada esta terça-feira pelo presidente da Câmara de Valongo, Paulo Esteves Ferreira, em declarações ao Porto Canal.
O autarca explicou que o projeto está atualmente em fase de avaliação de impacto ambiental e que a infraestrutura opera 50% acima da capacidade para a qual foi construída, admitindo a possibilidade de descargas para o rio Leça. Apesar disso, sublinhou que os prazos legais e a necessidade de concurso internacional — a lançar pela concessionária Bewater entre maio e junho de 2026 — impedem o arranque antecipado dos trabalhos.
Segundo Paulo Esteves Ferreira, citado pelo Porto Canal, a obra deverá prolongar-se por três anos, decorrendo entre 2026 e 2029. O investimento será financiado em 70% pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). Para os restantes 5,32 milhões de euros, município e concessionária chegaram a acordo: a autarquia pagará a sua parte, cerca de 2,66 milhões de euros, através de desconto no valor da renda mensal da concessão até 2036. O autarca garante que esta solução “não penaliza o orçamento municipal nem a fatura dos consumidores”.
A necessidade de intervir na ETAR já tinha sido salientada num comunicado publicado pelo Município de Valongo em maio deste ano, onde se destacava que a estação — construída em 1998 para tratar 8.040 m³ de efluentes por dia — recebe hoje uma média de 10.317 m³/dia, servindo cerca de 53 mil habitantes das freguesias de Ermesinde e Alfena. Com a futura intervenção, a capacidade aumentará para 14.322 m³/dia.
A empreitada prevê uma nova estação elevatória, um novo sistema de tratamento preliminar, a criação de uma terceira linha de tratamento com reatores biológicos adaptados à remoção de azoto e fósforo, e ainda a instalação de digestão anaeróbia de lamas com valorização energética do biogás.
O presidente da Câmara sublinhou que esta operação “é determinante para a despoluição do rio Leça” e enquadra-se no projeto intermunicipal de recuperação do corredor hídrico, que inclui a reabilitação das margens e a criação de passadiços. Alertou, contudo, para a necessidade de intervenções a montante, designadamente no concelho da Maia, sem as quais “o esforço de Ermesinde não será suficiente”.
Por fim, recordou que nos últimos meses a ETAR foi alvo de ajustes para mitigar odores e que, dada a sobrecarga atual, a concessionária mantém “ações de contingência” durante eventuais descargas, de forma a reduzir impactos ambientais.
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