Missão Oujda: Olhando para traz…

Seis voluntários, entre os 27 e os 55 anos, oriundos de Sobrado, Fânzeres, Lousado e Águas Santas aceitaram o desafio de dedicar tempo, coragem e carinho abraçando uma missão solidária rumo a Oujda, em Marrocos próximo da fronteira com a Argélia. A missão já terminou e António Santos (Responsável do CNE Sobrado) que integrou o grupo escreveu para o JNR um artigo onde faz o balanço desta missão:

São evidentes os sentidos que permanecem. Sejam eles os cheiros ainda bem entranhados nas nossas narinas, o paladar das especiarias tão próprias que confundem os sabores ou até mesmo o som saído pelas colunas lembrando as horas que os muçulmanos oravam.

Mesmo de olhos fechados, conseguimos ter visões de tudo daquilo que encontramos em Oujda.
Lugar tão pobre, espaços sem cor, sem luz, gentes sem vida, jovens sem esperança !
Que grande graça Deus nos concedeu de aceitarmos o desafio para irmos ao encontro dos últimos dos últimos!

Em Oujda com o projeto – “Um refúgio no caminho” fomos descobrindo que cada passo por nós dado tinha um propósito!

Vestimos os necessitados, alimentamos os famintos, proporcionamos um melhor descanso, aconchegamos as mentes perturbadas, acarinhamos os corações destroçados e, acima de tudo garantimos que a esperança a todos nos convida a ver para lá do presente!
Foram dias intensos em trabalhos, ricos de emoções. O pó era violento, calor extremo, a vontade de fazer mais, mais e mais e as horas que voavam! Tivemos sede, muita sede de justiça!
Na era das tecnologias e dos drones, ainda temos irmãos que partindo sem rumo certo o que encontram são barreiras, verdadeiros empecilhos, transtornos e guerras, sim guerras! Injustiça atrás de injustiça, pedras, muitas pedras no caminho.

Garantidamente aqueles com quem partilhamos os dias da nossa missão, ainda que por momentos esses sorriram! Sorriram, porque encontraram pessoas que não os julgaram, encaminharam, deram-lhes as mãos e os escutaram, claramente alguém, disposto a os abraçar.
Abraço de conforto, abraços de gratidão, abraços de irmãos voluntários da Consolata que juntos abraçamos esta Missão!

Tudo fizemos, muito trouxemos, algumas guardamos, outras de todo coração e com muito amor partilhamos!

por: António Santos