O Ministério Público da Comarca do Porto (1.ª Secção) acusou dois indivíduos pela prática de um crime de tráfico de estupefacientes agravado, no âmbito de uma operação de larga escala com ramificações internacionais.
Segundo a acusação, o esquema terá sido montado por um terceiro indivíduo, com atividade criminosa iniciada em 2020, e que operava anteriormente a partir de armazéns na Suíça, França e República Checa. Em julho de 2024, a operação foi transferida para Barcelos, onde foram arrendadas instalações e contratada uma empresa de logística internacional para garantir a expedição dos estupefacientes.
Os dois arguidos agora acusados, já conotados com as anteriores operações, passaram a residir no armazém em Barcelos e foram responsáveis pela gestão logística e operacional da rede, incluindo o corte, preparação, pesagem, embalamento e envio do produto estupefaciente, sobretudo por via aérea, para milhares de clientes.
Entre agosto e 2 de outubro de 2024, foram expedidas 4.865 encomendas, das quais 958 foram intercetadas com produto ilícito. O destino das remessas incluía Portugal e vários países europeus, como Espanha, França, Alemanha, Itália, Bélgica, Suécia, Dinamarca, Roménia, entre outros.
Durante as buscas realizadas a 2 de outubro de 2024, foram apreendidas:
- 10.907 micro selos com LSD
- 449 kg de canábis resina
- 1.236 kg de canábis em folha/sumidade
- 1.530 kg de produtos alimentares com preparados de canábis, incluindo gomas, bolachas e óleos.
Os arguidos encontram-se detidos e sujeitos a medidas de coação detentivas. As autoridades prosseguem agora investigações autónomas para apurar o envolvimento de outros elementos na rede criminosa.
