Raquel Freitas, autarca de S. Pedro Fins: “É uma freguesia com identidade e amor à terra”

Presidente da Junta de Freguesia de São Pedro Fins, falou em exclusivo ao JNR

Raquel Freitas está a liderar os destinos da Junta de Freguesia de S. Pedro Fins no concelho da Maia desde o último ato eleitoral de 2021. Questionada sobre as razões que levaram a esta opção, respondeu ao Jornal Novo Regional que “esta é a minha terra, a minha freguesia, indubitavelmente teria de ter uma forte ligação a ela. Estive 8 anos no Centro de Dia até a minha saída, em 2020, respondendo ao desafio de gerir um polo de atendimento descentralizado numa Autarquia, oportunidade que, sem dívida, fomentou o meu desenvolvimento, continuando, contudo, a colaborar nas ações da freguesia. Na altura da preparação de listas em 2021 o Sr. presidente da Câmara Municipal da Maia convidou-me para liderar a lista a S. Pedro Fins. Solicitei-lhe que aferisse outras possibilidades, já que havia outras pessoas preparadas, tendo acedido ao convite que muito me honrou! Ganhamos as eleições e cá estou há dois anos. No que respeita ao percurso político, o mesmo teve início na JSD da Maia, passando pela Assembleia de Freguesia”.

Uma autarca conhecedora da sua terra

Quando chegou à Junta não encontrou surpresas, porque já conhecia os cantos à casa, liderada, aquando a sua entrada, pelo Dr. Joaquim Marques Gonçalves e posteriormente pelo Sr. Alvarinho Sampaio. “Sabia muito bem o que precisávamos, as pessoas não me eram estranhas! Trata-se de uma freguesia com identidade, personalidade e muito amor à terra.”, refere a autarca que acrescenta “sabíamos muito bem onde éramos fortes, como no apoio à terceira idade, pois somos a única junta com uma resposta social como o Centro de Dia. O Centro tem cerca de 40 utentes, e juntamente com as restantes valências, como o Serviço de Apoio Domiciliário, apoiam cerca de 120 pessoas, dando resposta prioritária às pessoas de S. Pedro de Fins. Há lista de espera, mas não há pessoas da freguesia à espera! A maioria dos utentes é da freguesia e uma outra grande parte é das freguesias vizinhas. Também sabíamos onde havia alguma necessidade de investimento, concretamente nos programas direcionados a outras faixas etárias, como as crianças, jovens e adultos. As coisas não acontecem ao ritmo que gostaríamos, os processos são complexos e as competências da autarquia local são ainda limitadas. Havia necessidade de trabalhar o que é imaterial, criar programas para as outras faixas etárias e cuidar e valorizar a freguesia”.


No que se refere a ações concretas, Raquel Freitas afirma que “a primeira obra que fizemos foi a Praça Lúdica, mesmo ao lado do edifício da Junta. O Parque Infantil tinha 38 anos e louvo quem teve essa ideia na altura, até porque fomos das primeiras freguesias a ter um parque infantil. Tínhamos prometido que a primeira obra seria criar condições para as nossas crianças. Quisemos criar uma parte lúdica mais afastada da estrada e retiramos o parque de jogos. Na parte de fora ficou uma espécie de praça com bancos, onde pais ou avós podem ler um livro enquanto as crianças brincam no parque. É um espaço onde o grupo de escuteiros ou outros podem efetuar atividades. Trata-se de um espaço inter-geracional e cujo projeto está a ser replicado noutros locais, o que muito nos agrada.”
A Praça Lúdica foi inaugurada a 4 de junho de 2022, dia em que também foi inaugurada a mascote da freguesia, o Feliz. De referir ainda que esta obra já foi alvo de público reconhecimento, recebendo o prémio de “Autarquia do Ano”, na Subcategoria de “Requalificação e Conversão do Património”.


Em relação ao trabalho efetuado, a autarca refere ao JNR que “estamos gradativamente a intervir noutras frentes, como por exemplo o arranjo e limpeza de cruzeiros e cuidando de fontenários, que têm uma história. Vamos iniciar também uma intervenção em tanques e lavadouros, está em fase de conclusão uma proposta de pedido de comparticipação à Câmara Municipal.
Uma outra intervenção concretizada, com o determinante apoio da Câmara da Maia, foi a recuperação da Represa do Ribeiro. Era um espaço que estava completamente abandonado, cheio de entulho, era alvo de depósito de lixo que obstruía a passagem da água. Agora é um sítio agradável e está limpo, a água limpa e corredia, uma ponte, tem uma mesa para merendas e um percurso pedonal cuja intenção é que tenha continuidade. A última requalificação que fizemos foi o coreto, é uma obra de 1939, foi alvo de requalificação em 2004 e agora estava a precisar de ser acarinhado. Com o arranjo e com a iluminação ficou mais aprazível”.


Em relação a projetos, Raquel Freitas fala da recuperação da Casa do Bispo D. José Alves Correia da Silva, o mentor do santuário de Fátima, nascido na freguesia. “A Câmara adquiriu a propriedade há já vários anos e é intenção iniciar a intervenção pela casa dos caseiros ou Casa da Eira, proporcionando um espaço digno para acolher a dinâmica social e associativa da Freguesia. Estamos a lutar pela construção de uma unidade de saúde familiar que responda à zona de Maia Nascente: S. Pedro de Fins, Folgosa e Silva Escura, luta esta que não nasceu agora, já há muitos anos que todos os presidentes de Junta têm lutado por este objetivo e, inclusivamente em 2009, recebemos a visita do então secretário de estado da saúde, atual ministro da saúde em funções, Dr. Manuel Pizarro, analisando o projeto que ia nascer precisamente na Casa do Bispo. Com a minha vinda para a junta, uma das propostas que fiz ao senhor presidente da Câmara foi tirar o dossier da unidade de saúde da gaveta, sabendo, porém, que isto não depende únicamente da Câmara Municipal, dependendo de múltiplas variáveis tuteladas, também, pela ARS Norte e o SNS, cuja conjuntura não está bem”. Atualmente os utentes de S. Pedro de Fins recorrem à Unidade de Saúde Familiar da Bela.

A Junta de Freguesia de S. Pedro Fins, em apenas dois anos, reforçou já o seu parque automóvel, adquirindo-se um veículo de caixa aberta digno e seguro para a manutenção geral da Freguesia, e um veículo elétrico para o Centro de Dia, já que a criação de condições para a equipa é também a sua prioridade. Outro objetivo da Junta de S. Pedro de Fins é melhorar o espaço de S. Miguel-o-Anjo, um espaço de peregrinação que precisa de intervenção para receber bem as pessoas,”lapidando-se o diamante que é o ponto mais alto do Concelho”.

O Associativismo Saopedrofinenese e as relações com o Município

A Presidente, louva ainda o trabalho associativo que é feito na freguesia, nomeadamente pelo grupo de Escuteiros local, o CNE do Agrupamento 525, pela Associação Desportiva e Recreativa de S. Pedro Fins e pelo Núcleo de Folclore Infanto-Juvenil de S. Pedro Fins, com seis anos de atividade. Para além destas, a autarca destaca ainda a proatividade e esforço da Associação de Pais, onde por exemplo, uma das ações desenvolvidas pela Junta de Freguesia é o passeio de final de ano dos alunos finalistas do quarto ano, que têm ido visitar a Assembleia da República, processo fundamental para iniciar ao mais pequeninos na cidadania participativa.


Raquel Azevedo Freitas comentou também a saudável e próxima relação entre a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal: ”Governa-se para gerações e não para eleições […] enquanto nós estivermos por cá, vamos fazer o nosso melhor”, disse.

Embora o mandato ainda vá a meio, a Presidente acredita que, a Junta de Freguesia de S. Pedro Fins, está a cumprir o que foi prometido na campanha, apontando para os números a seu favor – 40% das propostas já foram executadas – concluindo que muita coisa que não estava no caderno eleitoral está também a ser feito.

Questionada sobre a recandidatura em 2025, Raquel Freitas, diz ainda ser cedo para tomar uma posição, mas afirma que se fosse hoje “a recandidatura aconteceria”.