Câmara de Valongo aprova revisão orçamental com abstenção da CDU e votos contra do PSD

A câmara de Valongo, liderada sem maioria pelo PS, aprovou hoje, com a abstenção da CDU e o voto contra do PSD, uma revisão orçamental que inclui cerca 3,8 milhões de euros no orçamento camarário para este ano.

A verba destina-se a várias áreas de intervenção, incluindo construção e reparação de parques infantis ou requalificação de escolas e equipamentos desportivos, bem como de arruamentos, tendo o presidente da câmara, José Manuel Ribeiro, destacado à agência Lusa a possibilidade de voltar a ligar cerca de cinco mil postes de eletricidade, graças à substituição das luminárias convencionais por tecnologia LED.

Em causa está uma proposta que foi “chumbada” na reunião de 20 de abril na sequência dos votos contra do PSD (quatro mandatos) e da CDU (um vereador) numa autarquia do distrito do Porto liderada pelo PS sem maioria (quatro eleitos).

Após várias reuniões intercalares e privadas, e de muita discussão e polémica à volta do tema que mereceu troca de acusações em comunicados subscritos pela câmara, bem como de várias concelhias partidárias, a medida foi alvo de alterações e esta tarde acabou aprovada.

Mas para o PSD, conforme justificou o vereador Hélio Rebelo, “os passos dados não foram suficientes nem são concretos”.

Já a CDU, pelo vereador Adriano Ribeiro, apresentou uma declaração de voto na qual se lê que “esta disponibilidade orçamental resolverá situações que se arrastam há anos, frisando que o “chumbo” da proposta original originou “atitudes demagógicas” de uma “conduta reprovável”.

José Manuel Ribeiro também destacou que a inclusão desta verba no orçamento permite aumentar o apoio dado às corporações de bombeiros que passará de 4.500 euros mensais para seis mil.

Também será celebrado um protocolo com a paróquia de Alfena que visa a “devolução” do antigo cinema à comunidade com o apoio da câmara em 100 mil euros, entre outros pontos e projetos.

A reunião desta tarde também ficou marcada pela discussão sobre a transferência para Ermesinde, freguesia de Valongo com forte ligação ao mundo ferroviário, de uma locomotiva a vapor que servirá para homenagear os ferroviários.

O PSD decidiu abster-se, lamentando que o executivo PS tenha deixado, segundo disse Hélio Rebelo, os restantes vereadores à margem desta ideia.

Segundo José Manuel Ribeiro em causa está um contrato de depósito a celebrar com a Rede Ferroviária Nacional, não existindo custos para a autarquia.

No entanto, se Valongo decidir reabilitar a locomotiva, o custo estimado por um técnico da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário-EMEF ronda os 40 mil euros.

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